segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

PROCESSO DE COMUNICAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE



O processo de comunicação é uma das principais ferramentas na assistência à saúde, e é essencial na pratica medica, influenciando, inclusive, na adesão e satisfação do paciente. Devido a isso, é importante falar um pouco sobre essa ferramenta importantíssima.

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Comunicação significa tornar comum, compartilhar, trocar informações e vem do latim communicare. Para que exista esse processo, é essencial a existência de um emissor (aquele que envia a mensagem), receptor (aquele que recebe a mensagem) e uma mensagem, enviada por um código (língua, por exemplo o português).
Para completo entendimento da mensagem é necessário não haver elementos que atrapalhem a comunicação. Entre esses, há a filtragem, que acontece quando a mensagem é recebida apenas em partes, como se houvesse realmente um filtro selecionando partes da mensagem. Ainda, é necessário evitar o bloqueio, que acontece quando a mensagem não é captada e a comunicação é interrompida. Por fim, outro elemento que atrapalha a compreensão da mensagem que deve ser evitado é o ruído, ocasionado quando a mensagem é distorcida ou mal interpretada, ocorre, por exemplo, em um local com muito barulho.



LEI DA CANETA DO MÉDICO



Olá, pessoal. Nesse tópico falaremos um pouco sobre um assunto importantíssimo no que tange a gestão em saúde: a Lei da Caneta do Médico.
Através de sua caneta, os médicos autorizam internamentos, realização de cirurgias, prescrição de medicamentos, exames complementares, entre outros. Dessa forma, é nítido que o médico tem um poder enorme em suas mãos, e como tal, deve ser bem utilizado, de maneira consciente.

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A administração depende, pois, em grande parte, da consciente do médico quanto suas prescrições, pois essas podem ser onerosas sem motivo. Por exemplo, ao pedir exames de Raio-X sem necessidade está havendo um gasto desnecessário, e que poderia ser utilizado para atender mais pessoas que realmente precisem. Nesse sentido, é importante trazer a informação de que 50% dos recursos do sistema de atenção são consumidos pelas internações hospitalares e que 10 a 20% são consumidos pelos medicamentos.
Nos países desenvolvidos vem se adotando a Gestão da Clinicas e os instrumentos de normalização, como protocolos clínicos e linhas guias, visando reduzir desperdícios e, para tal finalidade, acabam diminuindo muito a autonomia do médico.


domingo, 9 de dezembro de 2018

PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE E O PAPEL DO MÉDICO



O QUE É TRABALHO?

Para falarmos sobre o processo de trabalho, precisamos primeiro saber o que é trabalho. Desse modo, temos que trabalho nada mais é do que é a ação transformadora do homem sobre a natureza, capaz de modificar a sociedade e/ou o ambiente. Nunca permanecemos os mesmos ao fim de uma atividade, qualquer que ela seja. Pelo trabalho, o homem se autoproduz, ao mesmo tempo que produz sua própria cultura.


E PROCESSO DE TRABALHO?

O processo de trabalho é qualquer atividade física ou intelectual com o objetivo de fazer, transformar ou obter algo.

... NA SAÚDE ...

 Bem, na saúde, o processo de trabalho se trata de uma prestação de serviço. 

MAS O QUE SERIA SERVIÇO?

Serviço é uma atividade econômica que não gera um produto tangível. As características da prestação de serviços, portanto, são: A intangibilidade (os bens produzidos não são "palpáveis"), inseparabilidade (a prestação é imediata ao serviço), variabilidade (um serviço nunca é igual ao outro) e perecibilidade (o serviço é consumido no ato da produção).
“Diferentemente de uma indústria de automóveis que produz um veículo, a indústria de serviços produz algo que não é palpável. Médicos, por exemplo, podem proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus pacientes, algo que não é palpável como um carro, mas que certamente tem um valor muito maior.”
Agentes → atuam sobre e com objetos (equipamentos, indivíduos nos quais irão se intervir, hábitos etc) → gerando → produtos que tem uma finalidade não tangível.


E O PROCESSO DE TRABALHO MÉDICO ENTÃO?


O perfil do médico mudou durante os anos devido a politicas públicas de inserção na faculdade. Além disso, com a criação do SUS (Sistema Único de Saúde) houve um aumento no número de grupos sociais incorporados ao cuidado médico, já que agora, qualquer cidadão (em tese) pode ter acesso à saúde, enquanto mais antigamente, apenas alguns brasileiros tinham acesso aos hospitais e a postos de saúde.
Contudo, há ainda uma diferenciação das instituições médicas voltadas para diferentes tipos de ações e a diferentes clientelas (no futuro, por exemplo, com a população do Brasil envelhecendo, espera-se que o número de médicos geriatras aumente, para atender a alta demanda de idosos do país.
As tecnologias usadas na medicina influenciam não só na forma de diagnosticar, mas também em como se estabelece o contato médico-paciente, sendo diferentes nos setores privados e públicos. O uso de meios tecnológicos, como exames, mudou a implicação que a anamnese tem na consulta. Nos setores públicos, devido a restrição dos usos tecnológicos, tem-se maior contato humano médico-paciente. Contudo, no setor particular os anseios esperados do próprio paciente ao entrar em contato com o medico já são diferentes, exigindo  o uso dessas tecnologias, mesmo sem que estas sejam necessariamente uteis.
Por fim, as formas produtivas mudam com o aspecto histórico ao se perceber que o médico é um técnico. Com o aumento da oferta há a diminuição da valorização independente da classe, necessitando melhoras quanto a dimensão politica do trabalho, visando melhoras de qualidade gerais.
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Lean Healthcare

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Nessa postagem, falaremos sobre a filosofia Lean Healthcare, uma evolução da filosofia Lean Manufacturing a qual é aplicada no Toyotismo, sendo uma produção que atende apenas a demanda, ou seja, enxuta. Nesse contexto, percebemos que o cenário atual é de alto custo com equipamentos, infraestrutura e recursos humanos. Dessa forma, uma filosofia Lean juntamente com a gestão da qualidade do serviço hospitalar é de grande importância para a redução de desperdícios relacionados ao atendimento médico.

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         A produção enxuta que essa filosofia preza permite uma maior produtividade, com diminuição de desperdícios bem como uma maior satisfação do cliente em relação ao serviço prestado.
         Para a sua implantação, é importante se verificar o que é considerado de valor para o cliente, ou seja, qual serviço que se gera um resultado esperado para o cliente. Para isso, é necessário verificar o fluxo de valor, que permite discernir o que é de valor e o que não é de valor para o cliente. Após isso, há implantação do fluxo contínuo, que visa evitar a geração de estoques.
         Em conjunto com a aplicação do Lean healthcare, é realizada a acreditação do serviço, que tem como objetivo melhorar a qualidade do serviço de atenção básico, bem como facilitar o seu acesso. Nesse sistema, é possível se realizar comparações em nível nacional dos serviços da atenção básica. Sua ação é organizada pelo PMAQ – Programa nacional de melhoria do acesso à qualidade da atenção básica, ONA – Organização Nacional de Acreditação e utiliza como meio de qualificação das gestões hospitalares e JCI – The Joint Comission Internacional.

FERRAMENTAS DE GESTÃO DE QUALIDADE EM SAÚDE


Olá. Hoje falaremos de um assunto muito importante no que tange a gestão de qualidade em saúde. Antes de tudo, qualidade refere-se a propriedade que determina a essência ou natureza de um ser ou uma coisa, podendo ter sentido negativo ou positivo. A gestão de qualidade refere-se a forma como as organizações podem melhorar o seu desempenho.
Para a Gestão de Qualidade em Saúde, há algumas ferramentas que serão explicadas.
A primeira, consiste na folha de verificação. Essa ferramenta é utilizada para coleta de dados de forma orientada, baseando a decisão em fatos. Em suma, seria simplesmente planilhas, devidamente organizadas, pelas quais é possível analisar e pautar nelas para futuras decisões.
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FONTE: Google Imagens
Outra ferramenta é o Diagrama de Pareto. Consiste em um gráfico especial de barras verticais, pelo qual se ordenam as frequências das ocorrências, permitindo a priorização dos problemas. Sua maior utilidade é permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes.
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FONTE: Google Imagens
Existe ainda a ferramenta Diagrama de Causa e Efeito. Essa ferramenta é conhecida também como “Diagrama de Ishikawa” – o criador dessa ferramenta chama-se Kaoru Ishikawa – ou “Espinha de peixe”. A ferramenta tem uma ideia básica de fazer com que as pessoas pensem sobre causas e possíveis razões para a ocorrência do problema.
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FONTE: Google Imagens
A Matriz GUT (Gravidade, Urgência, Tendência) é utilizada para estabelecer prioridade sobre os problemas existentes. É uma ferramenta simples e importante, pois com ela é possível estabelecer planejamentos de como resolver os problemas, em ordem de prioridade. Sua metodologia consiste em atribuir valor de 1 a 5 para cada dimensão (Gravidade, Urgência e Tendência). O valor 1 refere-se a algo sem gravidade, ou sem urgência ou sem tendência. O 5 significa o oposto. Segue a imagem explicando a matriz GUT.
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Há ainda a matriz SOWT ou FOFA que é utilizada para traçar uma análise situacional. Essa matriz permite montar esquematicamente uma tabela com quatro quadrantes, onde se deve listar fatores positivos e negativos, além de fazer correspondência com fatores internos e externos. Os componentes da tabela incluem a listagem de força, as oportunidades, as fraquezas e ameaças – por isso chamada FOFA. Segue abaixo o exemplo dessa matriz:
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FONTE: Google Imagens
Há ainda algumas outras ferramentas de Gestão de Qualidade em Saúde, como a 5W2H, 5S, PDCA e BSC. Até a próxima!

PLANEJAMENTO EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO


Olá, bom dia/ tarde/ noite. Falaremos um pouco, nesse post, sobre os tipos de planejamento existentes nas áreas de gestão e administração.
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FONTE: Google Imagens

    Planejamento pode ser definido como ato ou efeito de planejar, criar um plano visando um objetivo. Consiste ainda em uma importante tarefa de gestão e é essencial na tomada de decisões e execução das tarefas.
O planejamento possui três características essenciais que o norteia. A primeira é a visão, que é definida como ponto onde quer se chegar, ou seja, é a meta a ser atingida no futuro. Outra característica é a missão, que se baseia no compromisso atual. Por fim, os valores, que é o que norteia o planejamento.
Podemos dividir o planejamento em várias categorias, entretanto, no contexto de gestão e administração, os três tipos mais importantes são:
·      *Planejamento estratégico:
Refere-se ao planejamento para atingir as metas de longo prazo, que são importantes para a empresa. Assim, é importante que toda empresa tenha uma estratégia e é fundamental que essa seja pensada pelo mais alto nível da empresa (diretores e assessores), que são responsáveis por ter grande conhecimento da instituição, e que seja disseminada para os colaboradores na busca do alinhamento das atividades de todos, buscando assim, uma mesma finalidade.  
·      *Planejamento tático:
Geralmente, os ocupantes para tal planejamento são coordenadores, supervisores, gerentes e eles buscam cuidar dos processos dos recursos, alinhando as decisões estratégicas. Nesse planejamento, as pessoas têm o objetivo do desdobramento de estratégias, criando metas e buscando condições para que elas sejam realizadas.
·      *Planejamento operacional:
Cada colaborador deve executar suas atividades de forma a auxiliar a liderança a atingir a visão buscada para o negócio. É uma função gerencial que buscar especificar os recursos que devem estar disponíveis para cada produto e fornece cronogramas. Esse planejamento pode ser anual, bienal, mensal, semanal ou trimestral.
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sábado, 24 de novembro de 2018

O Médico e suas Valises Tecnológicas - Uma reflexão sobre o papel do médico nas ESFs de Alfenas


Tratando do processo de trabalho em saúde do profissional médico, Emerson Elias Merhy diz:

"Acredito que o médico, para atuar, utiliza três tipos de valises: uma, vinculada a sua mão e na qual cabe, por exemplo, o estetoscópio, bem como o ecógrafo, o endoscópio, entre vários outros equipamentos que expressam uma caixa de ferramentas tecnológicas formada por “tecnologias duras”; outra, está na sua cabeça, na qual cabem saberes bem estruturados como a clínica e a epidemiologia, que expressam uma caixa formada por tecnologias leve-duras; e, finalmente, uma outra, presente no espaço relacional trabalhador–usuário, que contém tecnologias leves implicadas com a produção das relações entre dois sujeitos, que só tem materialidade em ato." (trecho extraído de Merhy EE. Interface – Comunic, Saúde, Educ; v.6, 2000).


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O processo de trabalho em saúde dos médicos nas unidades de Estratégia de Saúde da Família de Alfenas reflete, em menor escala, o que acontece no Brasil como um todo: Falta de insumos, recursos financeiros limitados, elevada rotatividade dos médicos, gestores ineficientes etc.
Contudo, a saúde pública em Alfenas, em especial quando se trata das ESFs, ainda é melhor do que na maioria dos municípios do país, devido em grande parte à presença de duas grandes universidades na cidade, que precisam que hospitais, ESFs e UPAs funcionem da melhor maneira possível para atender as necessidades de aprendizado dos alunos dos cursos da saúde.
Entretanto, mesmo com a pressão das universidades sobre os gestores dos serviços de saúde, os problemas ainda são grandes. Um exemplo disso seria o fechamento de salas de vacinação por falta de recursos, ou da falta de medicamentos que deveriam ser distribuídos pelas farmácias dos postinhos.
Nesse aspecto, de acordo com o texto de Merhy, teríamos um déficit da “valise vinculada às mãos do médico”, formada por “tecnologias duras”, ou seja, o médico e os demais profissionais da saúde, muitas vezes, não têm materiais, medicamentos e insumos para atender os usuários do serviço.
Além disso, há obviamente, profissionais com péssimos instrumentos em suas “valises da cabeça”, ou seja, com defasado conhecimento clínico e epidemiológico, seja por uma formação medíocre, seja pela falta de prática, seja pelo descaso com a vida do próximo.
Por fim, tem-se ainda o déficit no uso de “tecnologias leves”, com médicos e profissionais que não conseguem estabelecer uma boa relação e vínculo com seus pacientes e que, quando conseguem, se mantém por pouco tempo trabalhando naquela unidade, jogando por terra todos os laços que foram criados para um melhor tratamento daquela população. Porém, no que diz respeito ao estabelecimento de vínculos fracos com o paciente, espera-se que essa realidade mude num futuro próximo, devido à nova metodologia de ensino da medicina, com formação mais humanizada.
Desse modo, conversando com moradores atendidos pelas unidades da ESF, com as enfermeiras responsáveis pela equipe e com médicos que atuam no programa, percebem-se problemas em todas as valises, em maior ou menor escala, mas que afetam diretamente o cuidado com a saúde do paciente.
Resultado de imagem para medico triste desenhoExistem várias soluções óbvias para melhorar a qualidade da atenção a saúde do município: liberação de verbas para a compra de insumos, aumento do salário dos médicos e profissionais da saúde para que eles se estabeleçam na unidade da ESF e mantenham os vínculos com os usuários etc. 
Contudo, se não houver um gestor comprometido com a saúde da população, em nada adianta ter as soluções, pois não haverá quem as aplique.